TRADUÇÃO

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

I got Dosed by you...


Foi no começo desse ano. Na segunda semana de março, se me lembro bem, numa quinta-feira. Eu havia acordado cedo naquele dia e, muito a contragosto, fui pra aquela aula de Física 1 que eu fazia de ouvinte com os meus bixos daquele ano (só e somente só por causa da prova da USP que tive que fazer no meio desse ano, que fique claro, não sou tão asno assim). Cheguei atrasado apenas pra descobrir que o professor se atrasara de novo, uma rotina pra nós que fazemos Física. Vi meus bixos reunidos ali, conversando alto e jogando baralho, tinham acabado de passar no vestibular e tinham aquela inocência que o curso vai tirar mais cedo ou mais tarde, e você vai se tornar aquela pessoa mais pensativa com aquela preocupação constante, com os problemas, com as notas, com as dp's colecionadas, com o laboratório e com o orientador carrasco. Mas não é isso que é o importante da nossa história.

Olhei pra eles, mas aquele não era um momento em que eu gostaria de socializar. Mal sabia que não demoraria 1 mês pra encontrar verdadeiros amigos no meio daqueles bixos, mas isso é coisa pra histórias futuras. O que realmente importa e fez toda a diferença do mundo foi eu estar lá, sentado sozinho no banco, acendendo um cigarro. Sim, eu voltara a fumar mais cedo naquela semana, devido a, dentre outras coisas, o difícil relacionamento com a garota de olhos azuis, esse era um dos príncipais motivos pra eu estar lá, sem querer socializar, só ficar sózinho, e mais uma vez isso fez toda a diferença do mundo. Pois lá estava ela. Vindo sozinha, com seus cabelos bem claros esvoaçando naquele vento da manhã. Bela, como esta mesma manhã.

Confesso que a vi e pensei "Ahhh, bem que podia ser da Física, mas que doce ilusão, uma garota assim". Ela entrou no bloco de aulas e voltou, estava claramente perdida e acredito que ficou intimidada de chegar na amontoado de bixos da Física, então veio a mim. É, eu claramente não pareço da Física, não pareço tão nerd quanto a maioria do curso, nem tão jogado como a minoria, sou um meio-termo, a pessoa mais alternativa de todas. Quem sabe foi por isso que ela veio, já que as outras pessoas isoladas não pareciam ser o tipo que atraía ela. E isso foi outra coisa que fez toda a diferença do mundo. Ela chegou e perguntou se eu era da Física e o que acontecera com a aula. Eu nunca fui o veterano que mais orientou os bixos, ou ajudou de alguma forma, mas ali estava uma linda caloura perdida, mesmo estando triste e estressado, confesso que o meu lado de homem falou mais forte e estava alí totalmente solícito pra ela.

E foi uma ótima conversa que durou os 15 minutos que o professor demorou para chegar. Então cada um foi para o seu lado. Não foi ali que ela me conquistou, mas foi ali que eu soube que existia aquela garota, interessante e estranha, com um gosto diferente para coisas e um jeito inusitado de se vestir, bonita demais pra parecer ser da Física. Parecia uma príncesa de um reino totalmente estranho, uma príncesa nerd e peculiar que costumava usar uma camiseta escrita "Eu Amo Física".

O tempo foi passando, fui fazendo amizade com os bixos daquele ano, pra compensar as rixas com os bixos do ano anterior, e ela continuava lá. E foi num dia de festa, no começo de Junho, os dois com certeza mais soltos por efeito do álcool (todos ali, aliás), naquele momento em que todos os outros estavam distraídos com a aposta de cascata de cerveja que meu amigo fazia, estávamos sós, conversando sobre várias coisas até chegar rapidamente em assuntos mais íntimos, catalizados pelo álcool.

Ela, toda cheia de bom humor. Eu, pronto pra não deixar passar aquela chance.

-Que feio! O veterano dando em cima da bixete, pode isso?!
-Eu dando em cima? Não, e ainda sou seu veterano, vai buscar minha cerveja, bixete!
-Tá, Sr. Veterano, e o que eu ganho?
-Você já ganhou, olha só...

Mesmo motivado pelo álcool, foi totalmente recíproco, buscado da mesma forma por ambas as partes. Não foi só aquele relacionamento pra somar que eu tive fazia pouco tempo. Foi mais. Foi eu e ela. Só eu e ela.

E acordei no outro dia pensando que aquela noite era boa demais pra acabar, mas acabou. Felizmente o nosso amigo tédio nos fez ir juntos ao cinema 2 dias depois, pra acontecer de novo, e continuou acontecendo, e está até hoje.

Mesmo que eu tenha mantido em segredo de quase todos os meus amigos durante um tempo, por não querer que eles pensem que aquele símbolo que eu pregava de ser solteiro se tornara hipocrisia, pois não foi. Foi vício. Vício por ela. Sim, eu ainda sou meio fraco pra vícios.

Vícios são ótimos no começo, e eu caí forte nesse, sem saber até quando vai ser bom, mas querendo descobrir. Por que? Porque ela é meu melhor vício. Minha heroína. Minha príncesa nerd alternativa de um reino distante. Minha garota.

In you a star is borning. You cut a perfect forming. Someone forever warm.

by. Sarquis

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