TRADUÇÃO

terça-feira, 27 de maio de 2014

Te adoro em tudo....

È como o Nando Reis uma vez escreveu.. desculpe estou um pouco atrasado, mas espero que ainda dê tempo.... tempo de te falar que você é o tipo de mulher que não dá para esquecer, esquecer do quanto você é maravilhosa, como disse uma vez... tem um jeito louco de viver, que me faz sorrir, fala da vida com uma vida , e náo de uma vida de reclamar da vida, que faz ainda mais querer te conhecer.... é isso n mudou, ja fazem uns 4 anos que eu te conheço e continuo sempre querendo te conhcer ainda mais... por mais que algumas vezes eu me afaste fisicamente, na verdade quase sempre, você nunca sai do meu coração... as vezes as pessoas dizem que as coisas quando são para acontecer porque realmente é, e eu hoje acredito realmente que foi Deus que te colocou na minha vida... e mais uma vez desculpa estou um pouco atrasado, mas espero que ainda dê tempo de dizer.... que te amo.... Luh Dias...

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Além do Horizonte....

A humanidade vive de mitos.


Ai de nós o dia que perdermos a capacidade de sonhar, de farejar o infinito, de olhar para o céu, além do horizonte. Estaremos fadados à terra, a comer da terra, a ser barro outra vez e alimentar-nos apenas de matéria.
É uma necessidade visceral e existencial ficarmos de pé, erguermos a cabeça e enxergarmos o além... Além do corpo e do sexo, além da comida e do trabalho, além da vida e da morte....olharmos e não enxergarmos o fim....Deitar na relva do campo e olhar o azul sem vislumbramos o fim do infinito, perdermos, ou melhor, ganharmos horas e horas perdidos e achados no azul da imensidão sem percebermos o limite, sem delinearmos o fim, sem sabermos onde ele termina....só onde ele começa. Em mim.
Quando olhamos somente para baixo, como que farejando comida, bens materiais, dinheiro e poder, então perdemos nossa essência, nossa referência de sermos e de existirmos além do horizonte. Perdemos a referência do imensurável, do mistério. Então perdemos a direção. Ficamos atrapalhados, sem saber para onde ir, nos lambuzando de fezes, de restos, de orgias do nada, de excrementos, do que já está podre, vazio, do que não tem mais sentido, do que não nos serve e não mais nos satisfaz. Engordamos, ficamos obesos, imundos, dentro do mundo. Ficamos bêbados, tontos, sem saber mais sair dele, do vazio, do limite. Criamos mercados, compramos e vendemos fezes, prazeres efêmeros e passageiros, criamos círculos viciosos, jogos repetitivos. Caímos nas drogas, nas bebidas, nas gulas, no absurdo ao invés de mergulharmos no absoluto, no infinito no eterno, no Além do Horizonte, no outro que está à nossa frente, bem ali, eqüidistante...
B.D.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Adolescência e uma análise do filme 2h37


A adolescência é o período de transição da infância para a idade adulta. As mudanças nessa fase implicam na construção de novas identidades, renúncia da identidade infantil e a possibilidade de construção de novas relações; é a porta de entrada para o mundo dos adultos. Comemorada por alguns e temida por outros, a chegada da adolescência decorre com mudanças biológicas significativas, bem como  mudanças psicológicas e sociais. É um caminho doloroso e desafiador para muitos jovens, que uma vez protegidos no seu estágio infantil se vêem diante de uma realidade que não existe escolha, a princípio, pois as mudanças ocorrem independentes de sua vontade e é necessário que o jovem se defina como pessoa, pois, corpo, idéias, emoções e comportamento sofrerão um processo de transformação que o fará sofrer uma metamorfose completa. Becker (2003) cita o seguinte pensamento de Eduardo Kalina: “O primeiro grande salto para a vida é o nascimento. O segundo é a adolescência”. É o início da construção de seu casulo. Fecha-se para tornar-se outro ser, mais autônomo, consciente e dotado de mais discernimento sobre si mesmo e a vida. Segundo Aberastury (1988), “a perda da condição de criança constitui uma etapa decisiva na vida do homem, iniciada no seu nascimento”. As novas relações com as quais os adolescentes se vêem quase que obrigados a incorporar em suas vidas provocam-lhes muitas confusões de valores e a sensação de perda de sua identidade infantil. Vivem o luto do corpo, da identidade e das relações com os pais na infância. Logo, se dá um conjunto de perdas e ganhos, constituídos agora de novas ideologias que lhe permitirá sua adaptação ao mundo e/ou sua ação para modificá-lo. Dotado de um novo corpo, sua identidade também  muda e nesta fase de transição flutua entre uma dependência e uma independência extremas, e só a maturidade lhe permitirá o equilíbrio entre mover-se à novas experiências e conservar convicções anteriores.
          Esta afirmação, segundo Alberastury (1988), de uma pré-adolescente na fase de transição pela transformação de seu corpo, aparência e pelas mudanças nas relações com amigos e familiares. A ansiedade de aceitar esse período como processo, passa a ser doloroso, pois como disse a adolescente no documentário: “preferia acordar e sentir-me toda modificada”. Além desses conflitos na formação de sua nova identidade, a adolescente apresenta certa resistência e temor em se tornar adulta, confirmando o que Ferrer (1988) escreve: “a menarca constitui o ponto culminante de um prolongado processo biológico prévio que se insinua desde os nove ou dez anos e cuja expressão biológica e psicológica mostra modificações e conteúdos significativos que distinguem este período, tanto da latência, quanto da adolescência inicial”.
          Ficou claro que as transformações provocadas no corpo, nesta fase, foram recebidas com receio, sensação de perda, e ao mesmo tempo maior conscientização da responsabilidade com o corpo e o amadurecimento, além da informação quanto à paternidade e maternidade responsável.
          Carol, adolescente, 17 anos, relatou preocupação com o futuro, diz ter medo de crescer e concluiu: “Sou muito protegida, tenho medo de perder essa proteção”.
          Berger (2003) diz que: “A adolescência se inicia quando as modificações físicas da puberdade transformam um corpo infantil em um corpo adulto. Em seguida as mudanças cognitivas da adolescência possibilitam que o jovem avance além do raciocínio concreto, para pensar de maneira abstrata e hipotética. As mudanças compreendem modificações psicossociais, estabelecendo uma relação com os pais com nova independência, com os amigos com nova intimidade, com a sociedade com um novo compromisso e consigo mesmo com uma nova compreensão. São as mudanças essenciais que conduzem o jovem à idade adulta. No caso da adolescente em sala de aula, chamou a atenção quando disse: “Peguei um ônibus sozinha, chorei, senti-me só e tive medo”. Tornar-se adulto não é uma questão de tamanho ou de intelecto, requer maturidade social”.
          Os adolescentes citaram que quando juntos no mesmo ambiente, o modificam e criam mecanismos próprios deles, e segundo Aberastury & Knobel (1988), “Nem todo processo da adolescência depende do próprio adolescente, como se ele fosse uma unidade isolada, num mundo independente”. Não há dúvida de que a constelação familiar é a primeira expressão da sociedade que influi e determina grande parte da conduta dos adolescentes, mas o adolescente em busca de nova identidade busca em seus pares uma identificação: “há um processo de superidentificação em massa, onde todos se identificam com cada um”.
          Ao abordarem as mudanças no corpo, os adolescentes citaram a importância de um físico atlético e sarado, concentrando maior preocupação na vaidade feminina, que cobradas socialmente por um corpo que atenda os padrões sociais sofrem mais ainda para se afirmarem e serem aceitas em seus grupos sociais, e de acordo com Berger (2003) “ O domínio da aparência física é uma característica onipresente do adolescente, sempre se exibindo para os outros e para a auto-observação. [....] Na aparência física, muitos adolescentes passam horas se olhando no espelho, preocupados com seu aspecto, como seu penteado afeta a forma do rosto, se o jeito da roupa os torna atraentes ou seguros de si.
          Ao serem convidados a conceituar o que é ser adolescente, suas respostas concentraram-se na liberdade de fazer muitas coisas, curtir a vida sem preocupações, farras, namoros, rebeldia com certa irresponsabilidade e um “pouco de estudo”.
          Sentem temor que uma vez adultos, terão que caminhar com suas próprias pernas e já não terão a mesma proteção de seu pais ou de seus responsáveis. É como pressentir a perda de privilégios da criança, e o temor pelas responsabilidades do adulto. Nesse contexto Becker (2003) argumenta que: “Em meio a essa crise de identidade, o jovem vai partir em busca de novas identificações, novos padrões de comportamento, sempre que possível bem diferente dos que seus pais representam. [....] Nesse momento há também uma enorme necessidade de pertencer a um grupo. O jovem encontra-se a meio caminho entre infância e adolescência, enfrentando a toda hora afirmações do tipo: “você é grande demais pra isso”, ou “você é pequeno demais para aquilo”.Fica meio marginalizado junto do mundo adulto como do mundo infantil. O grupo então, ajuda o indivíduo a encontrar a própria identidade dentro do contexto social a que pertencem. No grupo existe uma certa uniformidade de comportamento, de pensamento, de hábitos.
          Nesse período em que a auto-imagem se modifica radicalmente, os adolescentes procuram conforto em sua roda de companheiros, padronizando suas idéias, suas atitudes. Um serve de modelo para o outro. Sofrem de angústias semelhantes, e o grupo funciona como protetor perante elas (uma espécie de substituto dos pais, segundo a psicanálise). Curtem as mesmas experiências e descobertas, e as vivenciam juntos.
          O filme “2h37” descreve com sutileza e realidade o mundo interno silencioso vivido pelos adolescentes.
          Becker (2003) cita Erik Erikson, psicanalista, que considerava que a principal “tarefa” do adolescente seria a aquisição da identidade do Ego. Aliás, é de suas teorias que surge a famosa expressão “crise de identidade”. O jovem cumpriria essa tarefa por meio de vários processos, sendo os mais importantes as identificações. Através do repúdio de umas e da absorção de outras, gradualmente se cristalizaria a identidade adulta.
          Para obtê-la, o jovem precisaria de um “tempo”, um período de experiências e adiamento de compromissos. No caso de esse tempo ser mal aproveitado, surgiria a “confusão de identidade”, gerando angústia, passividade, dificuldades de relacionamento.
          Um outro risco seria a aquisição de uma identidade negativa, baseada em identificações ruins, mas apresentada durante a vida do jovem como as mais reais.
          O apaixonar-se, tão freqüente na adolescência, seria para Erikson de natureza menos sexual do que em idades posteriores. Seria antes uma tentativa de projetar e testar o próprio ego por meio de outra pessoa, identificando-se com ela e clareando sua própria identidade.
          Associada à noção de identidade estaria a de ideologia, que expressa as idéias do grupo social. Ela funcionaria positivamente, confirmando a identidade do indivíduo reconhecendo-o como parte integrante da sociedade. Assim, a aquisição de uma ideologia permitiria ao jovem resolver os seus principais conflitos, fugir da “confusão de valores”, e lhe daria acesso à vida social.
          Erikson afirmava que os sistemas totalitários exercem atração sobre o jovem, pois fornecem identidades convincentes e rígidas, e portanto, facilmente assimiláveis. A identidade democrática seria menos atraente, pois envolve a liberdade de escolha, em vez de fornecer uma identidade imediata.
          A figura do jovem Marcus que molesta sua irmã desde os 13 anos pode ter sofrido influência do comportamento de seus pais na forma de lidar com ele e com sua irmã, pois o filme retrata o cuidado e a importância que o filho representava, o que não se repetia com a filha, que submetendo-se aos abusos do irmão, estaria reproduzindo uma “proteção” que seus pais tinham para com o filho e dessa forma ser valorizada pelos pais. A proteção que foi dada a marcos e a autonomia que lhe foi permitida pode ter contribuído para uma consciência ingênua, insegura e desprovida de consciência moral, ética e social.
          Sua irmã Melody, pouco valorizada pelos pais, não teve forças para contrariar os desejos de Marcus, provavelmente por achar que se o fizesse estaria correndo o risco de além de não ser escutada, de parecer culpada pelos abusos.
          Aberastury (1981), ressalta que “É nessa busca de identidade que aparecem patologias que podem confundir habitualmente uma crise com um quadro psicopático (ou neurótico de diferente tipo, ou ainda psicótico), especialmente quando surgem determinadas defesas utilizadas para iludir a depressão assim como a má fé, a impostura, as identificações projetivas em massa, a dupla personalidade e as crises de despersonificação, as quais, quando se consegue elaborar os lutos assinalados resultam passageiras.
         “O psicopata, como muitos neuróticos ou psicóticos, em troca, fracassa na elaboração do luto e não chega à identidade adulta, manifestando muito destes sintomas sem modificação”.
          A cena presenciada por Marcus, quando seu pai possuía sexualmente sua mãe de forma incomum, rasgando suas roupas e mantendo relações antes de chegar ao quarto, pode ter influído para manifestar em seu comportamento o que fez com sua irmã. A identidade que Marcus usava era a de seu pai e não dele.
          A irmã de Marcus, melody, diz em certo momento que ao sair da escola gostaria de ir para um lugar o mais longe possível, revelando sua angústia pelo que estava passando e ao mesmo tempo desejando estar longe dos ambientes que lhe lembrariam os abusos que sofria.
          O choro compulsivo, a tristeza, revolta e provavelmente um quadro depressivo desenhado na personagem de Melody, definiam uma adolescente que não teve tempo de experimentar o luto da identidade infantil, que deixara para trás de uma forma traumática, que segundo Aberastury (1981), “O adolescente entra numa crise de temporalidade” . A criança tem um conceito fenomenológico da limitação do espaço e falta-lhe o conceito de tempo, que é limitado para ela. O adulto tem a noção do infinito espacial, e da temporalidade da existência. No adolescente isto se mistura e confunde, apresentando então o pensamento do adolescente, as contradições de imediatismo ou de relegação infinita frente a qualquer tipo de possibilidades de realização, as quais podem se seguir sentimentos de impotência absoluta. É um verdadeiro estado caótico, que por alguns momentos, pareceria indicar a invasão e o predomínio de um tipo de pensamento primário. Este vai sendo substituído pelo juízo da realidade, mediante a elaboração dos três lutos enunciados, que permite localizar corpo, papel e pais infantis no passado, aceitando o transcurso do tempo e, com este, o conceito de morte como processo irreversível e natural dentro do desenvolvimento.
          Melody não teve essa chance, de seguir um processo natural de construção de uma nova identidade. Os conflitos naturais nessa fase foram mais amargos para melody, que desejava ir para um lugar bem distante dali, fugindo de sua realidade, do mal que a rodeava.
          O personagem de Luke, com tendência homossexual refugia-se no esporte como forma de canalização de seus conflitos sexuais, procurando construir outra identidade que não aquela que o atormentava. Seu amigo Sean vive o mesmo conflito de Luke e o procura como apoio de suas convicções homossexuais, mas é rejeitado por Luke, que não aceita essa condição para si mesmo, ainda que se masturbe diante de fotos de outros homens.
          Elio Sgreccia (2004) argumenta em sua obra, Manual de Bioética II – Aspectos Médicos e Sociais que “o homossexualismo encontra amplo consenso entre muitos autores de que trata-se de uma anomalia que consiste no desvio da atração afetivo sexual, pelo qual o sujeito sente atração pelo mesmo sexo, podendo ter relações com elas”. [....] “Uma condição adquirida que é ao mesmo tempo psicológica e patológica”.
          Há muita gente entre os homossexuais e também fora dos grupos interessados que não aceita a terminologia que se refere à doença com termos de anormalidade ou anomalia, nem aceita a que se refere a um comportamento reprovável e que, portanto, estaria ligado a um conceito de ilicitude. Especialmente depois da ideologia Mercusiana, no âmbito da cultura individualista, exige-se que se use simplesmente a terminologia que indica a “diversidade”.
          Mas, na maioria dos estudiosos, psicólogos e clínicos estão de acordo ao reconhecer uma desarmonia entre os componentes corpóreos, entre sua linguagem expressiva e finalista, de uma parte, e a pulsão psíquico-comportamental, de outra. Essa desarmonia é definida como anomalia quando se quer harmonizar certa causalidade endógena predisponente, ou, com mais frequência, como desvio, para indicar sobretudo o aspecto comportamental. Sgreccia ( 2004)
          Alguns autores puderam, à luz de uma vasta experiência terapêutica, definir quatro etapas no caminho da conscientização do homossexual:

  • Em primeiro lugar, ter-se-ia a tomada de consciência de ser diferente com as conseqüentes ansiedades e prostração que atingem toda a esfera dos sentimentos e relações;
  • Seguir-se-ia a acentuação da depressão psíquica e do sentimento de solidão, com uma vivência de desprezo e perseguição até mesmo na família;
  • Verificar-se-ia, em seguida, a aproximação de sujeitos da mesma tendência e a integração num grupo de “diferentes”;
  • Desenvolver-se-ia, enfim, a agressividade em reação à marginalização, real ou suposta, ou, de qualquer modo, sofrida. Sgreccia(2004)

          As reações de Sean e Luke se encaixam nas argumentações de Sgreccia, trazendo à reflexão os sintomas e reações agressivas e extemporâneas de Sean e Luke.
          O personagem de Steven, aluno com comprometimento físico e orgânico, vive uma realidade amarga: aceitar sua condição orgânica; conviver com ela, procurando passar despercebido pela comunidade escolar. As duas primeiras parecem que foram atingidas por Steven, mas aceitar o preconceito e a indiferença de colegas e da própria escola, além dos professores, era um desafio diário para Steven, justificando então a frase dita por ele: “a escola termina em três meses-90 dias, mas 90 dias é muito, muito tempo”.
          Um pesquisador afirma que a “imagem corporal está no coração da adolescência”(Ferron,1997). Os adolescentes precisam gostar de seu corpo “não como um objeto simplesmente, mas como algo confortável, percebido como parte de seu ser” (Richards, 1996). Uma auto-imagem negativa do próprio corpo, quando herdam uma forma ou tamanho distante do ideal cultural são “propensos a ser autoconscientes e deprimidos”. Berger (2003)
          Como já foi assinalado, a adolescente representada na personagem de Sarah, reforça o que Aberasture e Knobel (1981) abordam, que, “em busca da identidade adolescente, nessa etapa da vida, recorre como comportamento defensivo à busca de uniformidade, que pode proporcionar segurança e estima pessoal”. [....] “Há um processo de superidentificação de massa, onde todos se identificam com cada um”. As vezes, o processo é tão intenso que a separação do grupo parece quase impossível e o indivíduo pertence mais ao grupo de coetâneos do que ao grupo familiar. Segundo esse estágio revelado pelos adolescentes, faz sentido quando Sarah diz: “Ele sabe mais sobre mim do que meus pais”, momento em que se refere a Luke, seu namorado.

          A história se encerra com o suicídio de Kelly, personagem de comportamento calmo, aluna de música, que no decorrer do filme não demonstrava ter mais conflitos que os demais adolescentes e muito menos que chegaria ao suicídio. Kelly parecia se importar com os colegas, mas carregava uma aparente tristeza em seu comportamento. Segundo Berger (2003.p.291) “o suicídio é uma indicação do estresse emocional que muitos adolescentes experimentam”. Kelly parecia internalizar suas angústias, demonstrando um comportamento reflexivo, mas que nas palavras de Berger, o adolescente suicida está tão sufocado pelo sofrimento ou pela raiva que, umas poucas perigosas horas ou dias, a morte parece ser a única solução.
          Esse exercício, de reflexão, vivência e leitura do estágio transitório do adolescente, confirma a importância que devemos dar ao desenvolvimento dos jovens, seja no ambiente familiar, escolar ou acolhendo-o nos consultórios, pois o estereótipo construído socialmente dos adolescentes, reproduz um discurso vazio baseado no senso comum, e por isso é preciso conhecer seus sentimentos, como sentem e de que forma podemos ajudá-los a superar seus conflitos, pois para muitos adolescentes, algumas horas, em muitos lugares do mundo, é muito, muito tempo para esperar. 

autor - 


sábado, 9 de fevereiro de 2013

Na Estrada Do Sol


Vocação


“Vocação é uma aventura de amor
É para os fortes e para os que se revoltam
Contra a vileza da vida cômoda
E insignificante” 
Vocação é dar sentido em você
É achar o amor no que você pode ser
Contra o egoísmo, contra valores
Que matam seu povo
Mas se meu povo sente dor
Eu quero ser libertador
E achar da vida o seu valor
Nessa aventura de amor
Vocação a ser um libertador
É para o jovem que escuta o grito de dor
Que o povo chama para lutar
Para libertar

B.D.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Hahaha ^^


Nas nossas vidas, digo do sexo masculino, que ainda não degolaram o Baltinha lá de baixo, mais precisamente os que ainda pretendem usá-lo ( poupo aqui os religiosos que optaram em não usar, que Deus vos abençoe ), mas nada contra os que viraram pro outro time, paz amiguinhos ^^ .... Mas voltemos ao assunto principal como dizia, nas nossas vidas nos deparamos com alguns conflitos na puberdade, pêlos crescem  no corpo, a voz muda, em alguns os músculos aparecem, espinhas, e jaz a lenda, em alguns crescem calos e pêlos nas mãos... ^^  ..não me perguntem o motivo, eu não passei por esses dois últimos, mas enfim, é nesse período que aquela minina que você atentava na sala, jogava bolinha, ........... e de repente passamos a olhá-las de um jeito bem estranho, você já não  controla mais o Baltinha, a sua cama começa a ficar mais forrada com certas revistas, vou parar com os detalhes existem moça que lêem o blog( ate parece que elas são inocentes ^^)......   e è justamente nessas horas que entramos naquele campo minado, cheio de surpresas, alguns parecem que já nasceram preparados para isso, como o meu primo Arthur, enquanto eu saia correndo quando iam me apresentar as mininas, ele ficava lá todo Hank Moody  só de boua (abraços primaum)... mas foi assim. É mais muito cuidado, cuidado para não cair naquela de virar o amiguinho da minina, porque se cair, pouxaaaaaaaaa... ai meu filho, no lugar de bjus, sexo, puxões de cabelo, tapinhas no bumbum......... você no máximo vai ganhar selinhos da amizade, ombros amigos e escutar ela falando dos ex dela e de outros krinhas ....   é saia daí, isso parece mais o inferno, saia antes de você ficar gamado nela... opa! você já esta gamadoo?.. pouuxxxxaaaaa .... é meu fillho, provavelmente já está todo mundo pensando que você é gay,ou Pneu de barco, porque só vive acompanhando , e pegar a minina que é bom nadaaaa.....e nem tente dar uma de João sem braço e chegar como quem não quer nada, passando a mão no cabelo dela, dizendo como  ela  esta linda hoje, não adianta, é muito raro você conseguir reverter isso .... é como eu li uma vez  em um texto do luke” você sempre será como o boneco Ken”, aquele da Barbie, aquele que não tem pinto ^^ ... é assim que ela enxerga você.... ” O Ken é nada menos do que o melhor amigo da Barbie, segundo a visão feminista e doentia dela. As mulheres são todas assim, cara, mesmo as de plástico. Conforme-se. Ou vire o melhor ......, sei lá.”

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Indolenz Soziale...


Durch die gesamte Geschichte der Gesellschaft hindurch lässt sich beobachten, dass ein langer Weg beschritten wurde um dort anzukommen, wo wir heute stehen. Viele Gesetze wurden verabschiedet, während Sicherheitsmechanismen für den Menschen in seinem Staat und für die meisten Individuen entwickelt wurden, wie es schon in der klassischen Ausführung „der Kampf für das Recht“ von Ihering beschrieben wurde. Es enthält Gesetze, die für das Recht an sich kämpfen. Aktuell scheint es, dass die Gesellschaft in eine Bequemlichkeit gefallen ist und dass Leute, die einen Anspruch auf manche Gesetze hätten, sich lethargisch abgefunden haben, dass der Staat die ausführende Macht ist. Das Problem liegt bei einer Gesellschaft, deren Gewissen teilnahmelos ist, eine lückenhafte Erziehung bietet und deren zuständige Politiker von der Regierung abhängig sind…
Der Grund für die Apathie sind viele und man findet sie nicht nur in Soziologiebüchern, wie das des Soziologen Alba Zaluar. Die Zeichen sind klar in der Bevölkerung zu sehen, Perspektivlosigkeit, soziale Ungerechtigkeit, Moral- und Werteverlust, Misskredite in der Politik sind nur einige davon. Die starke Kapitalkonzentration, die verheerend für die Gesellschaft ist das Ergebnis einer schlechten Verteilung. Es scheint, dass die Untiefen der Rechts- und Wirtschaftsgesetze sich noch verschlimmern, so dass die Gerichte sich oft in einem Relativismus verlieren. Dann ist das Gericht nicht an der Seite der Gerechten, sondern in der Hand derer, die das Recht in der Hand halten. Das Ergebnis ist eine halbe Staatsbürgerschaft, in die Stimme noch als Gesetz gilt, doch Gesundheit, Bildung und Sicherheit fahrlässig oder überhaupt nicht gewährleistet werden. Und so werden die Grundrechte der Menschenrechte mit Füßen getreten.
Allgemein ist die Gesellschaft verwirrt von einem ihrer grundlegenden Errungenschaften, dem Wahlrecht. Vieles läuft verkehrt, weil das Vertrauen über Recht und Gesetz in die Hände von Repräsentanten abgegeben wurde. Der Wert der Demokratie ging so verloren und verkümmerte zu einer Wahlpflicht. Jedoch ist Demokratie viel mehr als nur zu wählen, denn sie hat Werte wie Gleichheit und Gerechtigkeit vor dem Gesetz. Indem die Bevölkerung zu seinem Produkt ihrer eigenen Bequemlichkeit wird gibt sie so der Politik den Raum, dass sie zu einer Marktplatz der Korruption wird. Oft verfolgt der Staat die Interessen der Wirtschaft und verbreitet die Nachrichten über einen Wirtschaftswachstum. Doch Wachstum bedeutet nicht soziale Gerechtigkeit, der Reichtum wird zwar angehäuft, doch es muss auch eine Verteilung geben. In Anbetracht der Umstände haben wir eine Demokratie in der die Gesellschaft die Wirksamkeit ihrer Gesetze verliert und zwar weil sie daran nicht teilnimmt. Dennis Verbicaro beschreibt dies mit dem Satz: „Wer es nicht kennt, nimmt nicht daran teil. Wer nicht daran teilnimmt ändert nichts. Und wer nichts ändert verlängert die Führung des Bösen.“
Die Gesellschaft scheint die eigene Sensibilität verloren zu haben und übergibt sich in eine teilnahmelose, faule Mentalität. Sie spiegelt sich wieder in den unzähligen weiß gebliebenen Stimmzetteln und überlässt ihre Zukunft den Dingen, wie sie eben passieren. Man lebt Tag zu Tag, jeden Moment, jedoch ohne sich um die Zukunft zu kümmern und höchstens in der Erwartung auf Superhelden. Die elitepolitischen Ökonomen, die die Gesetze des Landes bestimmen, werden immer stärker. Auf Grund des Informationsmangels bleiben die Gesetze für den großen Teil der Gesellschaft undurchsichtig, wo doch der Zugang zu Informationen eine der wichtigsten Waffen gegen die soziale Apathie ist. Auf Seiten des Staates wird hier dieser wichtige Informationszugang unterlassen – man bevorzugt die Kassen mit Parteipropaganda zu leeren und so mit einer sozialen Maske vorzuspielen, dass alles gut sei, dass der wirtschaftliche Wachstum gleichzeitig mit der humanen Entwicklung verlaufen würde. „Viele Brasilianer werden geboren, wachsen auf und sterben an diese Hoffnung glaubend, die Hoffnung, dass der Verdruss eines langen Wartens abnehmen wird.“ (Dennis Verbbicaro)
Die Gesellschaft darf nicht aufhören die Fakten zu beobachten und die schon gelebten Erfahrungen zu verschleudern. Die teilnahmslose Mentalität, in der man sich es nur bequem macht, in der man sein Wahlrecht links liegen lässt und so jeglichen Einfluss in der Politik verliert, muss zurück gelassen werden. Stattdessen muss für die Umsetzung der Gesetze gekämpft werden! Die Teilnahmelosigkeit zu verlieren ist wohl einer der wesentlichen Punkte, um zu einer stärkeren Umsetzung der Bürgerrechte zu gelangen in einer neuen Zeit der politisch – sozialen Gerechtigkeit.

terça-feira, 22 de maio de 2012

Fotógrafos....

Para muitos a vida passa como um flash.
Um piscar de olhos em meio a uma paisagem bonita.
Um piscar de olhos e nada está como estava...
Outros tentam eternizar aquele momento.
A ilusão da fotografia que faz lembrar aquele dia.
Mas não é mais como aquele dia.
Pessoas que vivem presas a um passado, a um momento.
Ou então esperando uma revelação.
Algumas ocupadas demais tirando fotogafias de sí mesmas, no espelho.
Procurando o melhor ângulo, a melhor forma.
Qual o sentido de viver preso aquilo?
É preciso uma prova de que aquilo aconteceu com você?
Chegamos em um ponto que não acreditamos nem em nós mesmos...
Se for importante realmente, a imagem nunca sairá de nossas cabeças.
Não importa, até mesmo que contra nossa vontade ela estará lá...
Boas ou até mesmo más, lembranças vivas na memória.
Mas embora não se pode mudar o passado,
mudamos constantemente a maneira como o interpretamos.
Lembranças, boas ou más, são só lembranças...
O albúm nunca deve parar, a memória nunca se está cheia.
Novas revelações estão por vir, depende só do fotógrafo.


POr primaum

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Zusammenfassung....(Die City Of Blinding Lights.)

Die City Of Blinding Lights.
  
Ich immer noch gelegentlich überrascht, als ichjemand leben ihren Traum zu erfüllen.
Auch wach, bestehen auf nicht nur die Augen öffnen. Unwissenheit ist
ist fast ein Geschenk des Himmels, so dassLive-ohne sich zu verletzen, ohne Angst.
  
Ich habe etwas zurückhaltend, als warte eine langweilige Party cool bleiben.
Es spielt keine Rolle. So viel wie wir haben völligden Glauben verloren gibt es immer eine
wenig Hoffnung zu lächerlich, um gebeichtet werden.
Aber ein guter Spieler sollte immer eine gute Ausrede.
Da es bedarf einiger Anstrengungen, eine Dosis von Geschäfts-oder Firmenwert mit Alkoholgemischt,
so können Sie überleben einen Moment der "Get Real".
Freunde, Fremde, Verwandte, und mehr Menschen.
  
Immer wieder etwas Neues Hoffnung inmitteneiner Verallgemeinerung,
aber wenn ich merke, das ist nicht mehr nur eineMauer sein ...
lassen sich standardisiert sein, maßgeschneiderte, kotzt es mich ab.
Ich verliere meinen Atem an und die ganze geileDrang zu wissen.
Wiederholen Gesten, Slang, alles scheint ein großer Trend in der gesunde Menschenverstandzu werden...
Ich fiel von meiner erbärmlich. Oft, bevor der Mensch
Böse und Gute, legen Sie einfach auf meine Sinne, müde,
Ich gebe auf. Ich bin erzogen. Ich schüttle den Kopf. Ich gebe vor, zu verstehen, weil ich nicht will
jemand verletzt. Dies ist die einzige Schwäche, die mich dazu gebracht hat, die meisten
Schwierigkeiten. Der Versuch, gut zu sein mit anderen haben oft das Bewusstsein
reduziert, um eine Art "make-believe".
  
Vergiss es. Mein Gehirn schaltet. Ich höre. , Antworte ich. Und sie scheinen
Broncos zu viel, um zu realisieren, dass ich nichtmehr da.

Crime e castigo e a ontologia da desgraça em Dostoiévsky



Tanto no livro “Memórias do subsolo” como em “Crime e castigo” se impõe a desconfiança fundamental de Dostoiévski acerca da possibilidade da conduta humana ser corrigida pela educação e pelo exemplo. Raskólnikov é incorrigível “de fora”. Seu processo pedagógico é essencialmente interior e isso fornece a pista mais fundamental sobre a história que o autor pretende contar.
                Desde Mikhail Bakthin estabeleceu-se o dogma exegético de que os romances de Dostoiévski são tramas polifônicas, ou seja, várias tramas que se desenrolam através de distintos personagens, próximos, mas separados, e que em algum momento do romance encontram-se em um ambiente complexo, a partir do que suas vidas entendidas como linhas individualmente conduzidas pelo autor passam a ser ressignificadas pelo encontro (M. BAKTHIN. Problemas da poética de Dostoiévski. São Paulo:Forense Universitária, 2008).
                Mas a própria forma polifônica consistente em tramas distintas de cada personagem propõe que seus caminhos não são ligados por eventos exteriores, pelo menos na sua semântica, e cada qual segue diante de seus próprios desafios internos.
                Ademais, a educação é um signo civilizatório e a civilização em Dostoiévski é um conjunto sofisticado de vícios, como refere Pondé em “Crítica e profecia” (Ed.34, 2003). A educação e a pedagogia para o autor podem nos aperfeiçoar nessa trajetória decadente ao invés de nos libertar. Assim que, com Raskólnikov, estudante de direito e dotado de certa reputação acadêmica enquanto pensador libertário, a formulação axiomática maior era a da classificação dos homens entre ordinários e extraordinários. Essa era uma tese, uma proposta teorética para educação dos novos tempos. Os homens ordinários obedecem, resignam-se, reproduzem e permitem a manutenção das coisas e, ainda que sejam importantes, seu desenvolvimento é limitado pela sua carência constitutiva de vocação para a grandeza. São como insetos laboriosos, como formigas ou piolhos que são capazes de formar colônias, de operar com o que existe, mas jamais poderão criar, porque isso depende da capacidade de ver além, de romper e assumir que as leis que nos cercam pertencem aos demais que com elas dêem lidar, mas não se aplicam a quem tem a virtude para superá-las, mostrar-lhes as deficiências e criar outras no seu lugar. Sem os homens extraordinários não haveriam revoluções. Sem os homens extraordinários andaríamos em círculos inesgotáveis.
                Para Raskólnikov, a virtú era privilégio daqueles que conseguiam compreender mais que os outros, ver além e desvandar o chamado do futuro. A virtú, nesse caso, é uma clara referência a Maquiavel, para quem a vida humana não tem um sentido intrínseco, nenhum valor inato, mas sempre decorrentes da ordem política, a qual deve ser dominada pelos homens extraordinários. A vida é uma concessão do Estado.
                O homem extraordinário é o homem “absolutamente capaz”, o modelo de Pavel Aristov, o criminoso referido por Joseph Frank como modelo para Dostoiévski, durante seu exílio, de alguém capaz de realizar qualquer coisa, qualquer tarefa, sem nenhum constrangimento exterior de ordem física ou moral. Em oposição ao homem extraordinário está o homem ordinário, que é “absolutamente incapaz”, cujo modelo na constelação de personagens de Dostoiévski é o Príncipe Michkín, d’ O idiota.
                Aqui temos as inversões que o Mestre Russo trabalha no Crime e Castigo. O homem de ação representado no conceito extraordinário, como Napoleão, referido expressamente no livro, revela as fragilidades de elevar o fazer a um status de valor. A ação não tem um sentido em si mesma, ela não se dirige necessariamente ao bem. Ser absolutamente capaz, apto a fazer tudo, significa ser apto a fazer do bem uma escolha aleatória e de igual valor que realizar o mal. Ser absolutamente capaz é eleger o “poder” como critério decisivo do “dever”.
                Isso nos coloca diante do problema de ação que vai ser desenvolvido em uma progressiva linha de tensão do início do romance até o assassinato de Aliona e Lisavieta. Raskólnikov propõe-se matar a agiota sob o pretexto sincero de agir em razão de uma idéia, provar-se capaz, absolutamente capaz tal como estabelecia sua teoria. Ela não agiria como um assaltante, mas como uma força da natureza, um agente dos novos tempos, algo como as teses de Chernichevski e Pisariev, filósofos políticos radicais muito em voga no sec.XIX, defendiam. As leis humanas apenas condenavam o assassinato por aplicarem-se aos homens comuns, que agem com propósitos utilitários e imediatos, como camundongos em um labirinto. Os homens extraordinários são senhores absolutos de suas decisões e o sentido delas apenas pode ser estabelecido por eles próprios.
                Em um acesso febril e famélico, Raskólnikov mata a machadadas a velha agiota e uma infeliz testemunha ocular, tendo conseguido evadir-se após roubar as jóias guardadas no apartamento.
                Mas o personagem não conseguirá encontrar na sua ação o sentido auto-instituído que buscava. Cai em febres e delírios, nos quais acredita, inclusive ter-se denunciado. Contudo sua doença não é física, senão espiritual. Valho-me do conceito de “catolite” como o filósofo romeno Constantin Noica define a doença espiritual aplicável a Raskólnikov. Trata-se de dizer que o mundo, doravante, deveria ter um sentido, mas não tem. Que a ação, se não encerra qualquer teleologia ou escatologia, deveria ter-se esgotado ao lavar-se o sangue do machado, ao ter Raskólnikov fugido do lugar com êxito, ainda que precário. Entretanto, a cena do duplo homicídio e sua brutalidade não lhe saem da lembrança, aprisionando-lhe. Algo saiu muito errado, mas não foi a ação, dado que elas estão mortas e Lisavieta foi um “dano colateral”. O que deu errado foi a teoria...
                Diz Luiz Felipe Pondé, com base na teologia medieval, que o inferno pode ser descrito como uma festa que não acaba nunca e, na sua infinita repetição, revela seu vício. A festa aqui, aquela a que está irremediavelmente atado Raskólnikov, é a aposta em que a liberdade apenas assim pode realizar-se se for absolutamente. Trata-se de liberdade para tudo, de irrestrito horizonte de ação e de escolhas. É a liberdade do homem extraordinário, absolutamente capaz e, portanto, acima da lei e da moral. A ela não corresponde nenhuma responsabilidade, nenhum dever. Não há limites, assim como não há excessos, dado que não há alteridade qualquer, não há o reconhecimento do outro. Raskólnikov menciona, recorrentemente, que a velha agiota é um piolho.
                Ao agrilhoar-se à lembrança do homicídio, na sua agonia, na dúvida, Raskólnikov sente-se fracassado em razão da culpa. Repito, não estamos diante de um fracasso no plano das ações, mas no das expectativas. O assassino não proclama sua liberdade com o homicídio, ao revés, pega-se lutando para não proclamar sua culpa, ou pior, seu pecado... Talvez, melhor do que “castigo”, a narrativa dessa maior parte do romance encaixe-se mais finamente com a palavra “expiação”. É no reconhecimento tumultuoso e fragmentário, mas progressivo de sua condição agônica que a trama complexifica-se, pois no entorno do homicídio cada linha melódica dos distintos personagens encontram-se em sinfonia. Dúnya, irmã puríssima de Raskólnikov; Svidrigáilov, que busca seduzi-la, ele inegavelmente um “homem de ação”, absolutamente capaz e Sonya, a prostituta sacrificada, filha de Marmiéladov, bêbado típico das narrativas de Dostoiévski desde Humilhados e Ofendidos (1861).
                Será a presença de Sonya e Dúnya que ajudará Raskólnikov, por si mesmo, entender o sentido de seu fracasso. Que havia fracassado, era evidente na sua doença. O jogo de “gato e rato” com Porfíri era estimulante intelectualmente e o personagem, ainda que inseguro, sabe que o policial somente poderia alcançá-lo se ele mesmo o permitisse. O próprio Porfíri sabe disso e concentra-se em criar uma atmosfera das mais elaboradas para convencer Raskólnikov de que ele sabe não apenas do crime, mas de que tudo no estudante é uma farsa, a começar pela imagem auto-atribuída de “homem extraordinário”.
                Não será, portanto, Sonya a convencê-lo do seu fracasso, mas pela sua fragilidade absoluta que incita o amor de Raskólnikov, ao descobrir-se incapaz de suportar magoá-la, ofendê-la e usá-la, no reconhecimento dessa alteridade ele estabelece o princípio do sentido de seu fracasso.
                Na doutrina da Graça de Sto. Agostinho, a ontologia da desgraça que constitui os seres humanos, decaídos do Éden e da plenitude do convívio com Deus, onde podiam contemplar Sua face, não significa uma maldade intrínseca, mas uma falibilidade inevitável. Sempre iremos falhar. A condição de “absolutamente capaz” não nos é possível e, mais que isso, não é desejável. Esperar que não falhemos, que não tenhamos fraquezas e comportar-se de acordo com esse projeto é aprofundar o erro e criar as condições amplas para o mal. A idéia de que a razão, finalidade mais do que instrumento, do humanismo naturalizante que tanto incomoda Dostoiévski e também, depois, Tolstói, possa elevar-nos acima das nossas paixões e suplantar nossa condição ontológica de falibilidade é, ela própria, um mal. Raskólnikov mata envolvido por uma idéia de afirmação de civilização, fundada profundamente neste humanismo naturalizante, armado sobre uma contradição que somente não é visível por estar cego dos vícios dessa mesma civilização.
                A expiação de Raskólnikov é um trajeto longo, simbolizado pelo desterro na Sibéria, para o qual acompanha-lhe a doce Sonya. Ele começa na sua condição agônica de reconhecimento do fracasso e da busca do sentido desse fracasso, na destituição da razão de seu trono e, ao invés de negar veementemente suas paixões e motivações, Raskólnikov as acolhe em toda a dor e agonia que seus espinhos carregam. No caminho do perdão ele deve atravessar essas paixões, reconhecendo-as como constitutivas de sua condição de desgraça, ou se preferirmos o jargão psicanalítico atual, o qual vale-se de idéias já presentes na doutrina agostiniana, deve-se reconhecer incompleto e cindido. Tudo, portanto, menos absoluto.
                Mas diz o Mestre Russo, que essa é uma outra narrativa, pois a que ele desejava contar já estava finalizada. Poderíamos crer que Dostoiévski almejava que no sec. XX à sua frente, fosse possível uma outra história para Raskólnikov, para todos nós, na contramão das ideologias infernais que atormentavam seus personagens?

De Sandro Alex - Scripta mament

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Éden

Eu busco meu caminho.
Eu busco meu caminho para algo melhor.
Eu fico atento.
Eu fico atento para algo melhor.
Eu planto as sementes.
Eu planto as sementes que considero serem verdadeiras.
Mas um espinho... Um espinho de uma flor da semente que plantei,
agora me feri profundamente, eu simplesmente sangro.
Sangro sem conseguir estancar.
Quando a semente que você mesmo plantou se torna uma flor
que te feri, realmente há algo errado.
E eu só queria admirar um belo jardim.
Acreditava no Éden, que hoje me parece desmatado, em chamas.
Onde foram parar aquelas belas árvores onde eu ficava sentado
aproveitando a sombra?
Talvez seja eu um mal observador.
Talvez nunca existiu esse jardim fora da minha cabeça.
Tenho que aceitar a paisagem como ela é.
E deixar de lado essa vontade de ver uma flor sem espinhos.
Um Éden sem serpentes.  A.D

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

..... Um pouco .....

Eu não sei como falar sobre isso, nem sei como escrever, emas quero tentar..... A minha vida as vezes parece segue caminhos que eu nunca imaginei caminhar, já andei por tantos lugares nesses 22 anos, já estive com tantas pessoas , cantei para algumas, aprendi a amar algumas, algumas irão para sempre permanecer, mesmo que as reveja só daqui dois anos ou onde possamos sentir a presença um do outro , In Loving Memory.... foram realmente 22 anos, que pareceram mais um segundo, principalmente os últimos 3 anos, nunca senti nada igual como neles... nunca tinha feito planos para eles, foram momentos que pareciam contos, tempestades perfeitas... as vezes ainda consigo sentir tudo... sabe quando você olha para um pôr de Sol, escuta um musica e você sente algo..... não sei exatamente o que sinto, mas sinto tão bem, alguma coisa me conforta, e como se todas as coisas que me trazem paz estivessem juntas... e isso só me faz lembrar cada vez mais me lembrar que não importa o tempo, não importa para onde eu var, ou para onde você vá, você sempre vai ter um lugar no fundo do meu coração.... um sorriso, uma curva, um segredo, nunca irei me esquecer das pequenas coisas.... é realmente não existe vida sem amor, não existe vida que possa valer apena sem amor... B.D

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

....... Para você.........

Levou, eu realmente nao sei se as coisas acontecem por acaso, mas também não sei se o acaso que faz as coisas, porém de alguma forma te conheci, e sem perguntar ao menos o meu nome já foi sendo uma parte de mim......ela é assim.......... tem um jeito bem louco de viver, que me faz sorrir, fala da vida como uma vida, e não como uma vida de reclamar da vida, e que me faz ainda mais querer conhecê-la para viver a sua vida. Um dia o acaso me trouxe você, e o mesmo acaso me levou para mais longe ainda ^^... mas como disse la em cima, você já se tornou uma parte... alguns dizem que o ato de ir leva as coisas, mas com você tudo é diferente, você deixou mais em mim do que levou, você consegue me ameaçar de me bater e mesmo assim depois dizer que isso é puro amor( asiuashiasuhasiu). Horas, dias e anos, espero que nenhuma dessas forma de tempo deixe a gente se perder por ai, na verdade eu sei que a gente não vai... é como você disse “você não teve tempo de me evitar e nem de me testar ^^”... e um dia nos sentaremos para falar sobre as nossas vidas, dos acasos, e ai sim poderei te dizer , muito obrigado por estar aqui.....xeirinhooo

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

ta na hora.......

Que horas São?....... 2:33 da madrugada.... Putz isso não é muito normal eu acordar a essa hora da madrugada.. mas é que algo me chama nos meus pensamentos que as vezes me fazem sentir como uma pessoa em uma canoa no meio do oceano, em que sou jogado de um lado pelo outro de pensamentos para memórias que insistem em pegar uma leve brisa para o futuro.
Mas como disse, nada disso é muito normal, normalmente costumava dormir esse horário, e esses pensamentos não costumavam tirar o meu sono, talvez porque as vezes estava ocupado demais vivendo a vida ou ocupado demais vivendo o que amava viver, não to querendo dizer que o que vivo hoje não amo.... só que sinto falta de alguns xeirinhos e algumas conversas.
Xeirinhos e conversa que pretendia permanecer por mais tempo . Algumas despedidas não pude evitar, faltas que fizeram ficar muita coisa aqui......... mas outras faltas eu mesmo quem dei vida, estava ficando escuro demais para ver........
Mas hoje tenho de novo aquela sensação no peito.................... que o mundo é grande e malvado, cheio de reviravoltas, e as pessoas tem um jeito de piscar, piscar e perder o momento que podia ter mudado tudo .... mas agora sim quero mais que nunca continuar nessa conversa....... xeirinhoo

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Te Amar....

Proximos posts dedicados a uma espécie de ..... como falar.... cartas.. isso cartas... talvez esquecidas, mas algumas registradas..... não escritas por mim... mas que estão guardadas para sempre na minha memória...
Te amar é tão bom para mim, meu bem.. Te ouvir,é o meu prazer, te sentir faz meu coração bater mais forte, Te amar me faz tão bem, me sinto segura, forte, meu ser se torna completo até apreço uma boba rindo a toa e lembrando de você.
Seu amor me tranqüiliza, me anima e me acalma, retira de mim complexos de um passado ruim. Seu amor é terapia e agasalho nas noites frias da solidão, na nossa distância, com você me sinto uma pessoa melhor, mais feliz. Você é o incompleto que havia em mim.
Hoje sou feliz pois seu amor me satisfaz, tão lindo e perfeito que só quem ama é capaz de sentir e viver.... Te Amo B......

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Tão Longe....

Proximos posts dedicados a uma espécie de ..... como falar.... cartas.. isso cartas... talvez esquecidas, mas algumas registradas..... não escritas por mim... mas que estão guardadas para sempre na minha memória...

Como dói esta distância, parece não ter mais fim, como é triste essa saudade de ter você longe de mim. Este amor não me engana parece até cicatriz saliente de vez enquanto arranha e inflama, me deixando assim.... Como eu queria saber se sentes falta de mim, se lembras um pouquinho de quem te gosta tanto assim, Eu Te Amo tanto.... tanto que não estou mais suportando essa distância que insiste entre nós .... mas sinto algo que a distância e a saudade não consegue superar... que o que sinto por você!... É a esperança que tenho de um dia ficarmos juntos e para todo o sempre.... Te Amo Balta....

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Da Amiga do Furão....

A gente passa anos ao lado de pessoas que não somam em nada nas nossas vidas, não nos levam pra frente, não fazem a diferença, não estão ali quando mais precisamos, não sabem nos dar conselhos e mesmo depois de anos nem sabem realmente quem somos.

Aí um dia você conhece uma pessoa que, a seu ver, ia ser igual às outras, apenas mais um conhecido, um contato no MSN, um amigo no facebook, mas na primeira conversa você sente que estava enganada, que aquela pessoa que não significava nada pra você, agora faz parte da sua vida, de um modo que você nem poderia imaginar.

De repente essa pessoa não é mais só aquele contato legal, que te faz rir às vezes, de repente aquela pessoa já é essencial na sua vida, não é só mais um colega ou conhecido, virou amigo, isso mesmo, amigo. Parece um termo forte porque amizade verdadeira mesmo, as pessoas acham que se demora a construir, mas não, pelo menos comigo não.

Eu já tive tantas pessoas na minha vida, tantas pessoas querendo entrar nela e que eu nem deixei, às vezes porque tinha medo de perdê-las e sofrer depois, e às vezes porque eu achava que não eram boas demais pra mim. Não sou de muitos amigos, não costumo confiar nas pessoas, mas com ele foi diferente, ele não precisou me provar nada, não tive tempo de testá-lo, não tive tempo de evitá-lo, quando eu dei por mim lá estava eu considerando tanto aquele menino.

Eu que sempre tive medo de perder pessoas fui fazer uma amizade tão bonita com um cara que já está indo embora e vai me deixar aqui sozinha no MSN. (mas eu ainda bato nele por isso.) kkk’

É menino, você não sabe, mas já é importante demais na minha vida pra que eu te deixe ir sem que você saiba disso, você em pouco tempo fez muita diferença. Obrigada pelos conselhos, risadas, bobeiras, por me agüentar nas depres e nas piadinhas sem graça, por me chamar de agressiva e entender minhas loucuras.

Você vai, mas quero que saiba que você deixa aqui uma amiga, que gosta muito de você e torce pra sua felicidade, de coração mesmo, obrigada por tudo, eu vou estar esperando você voltar pra ser meu padrinho de casamento, isso se eu casar um dia né, ou então pra gente encher a cara, já esta ótimo. kkk’

Baaaaaaaaaaaalta, seu furão, adoro você. ♥ by... Luh Dias

Quero te Sentir..

Proximos posts dedicados a uma espécie de ..... como falar.... cartas.. isso cartas... talvez esquecidas, mas algumas registradas..... não escritas por mim... mas que estão guardadas para sempre na minha memória...

Hoje eu gostaria de te falar coisa bonitos.Falar sobre o amor, vida, a beleza de te amar e o quanto és importante para mim.Mas as palavras são escassas, são mesquinhas, diante da grandeza do teu olhar que me diz mil coisas, sem falar uma única palavra. Sendo assim eu prefiro te tocar te sentir porque teus gestos são carregados de emoção, e ai não é preciso falar mais nada não é?


segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mais uma conversa...

O dia se vai enquanto continuo dormindo, as vezes me incomoda pensar sobre, mas então deixo que se vá, dessa forma começo acostumar com o desapego.
Não é porque um navio está afundando que eu tenho que me agarra ao mastro e naufragar junto, posso me jogar no mar e sair nadando.
É bom aproveitar aquilo que se gosta ao máximo, mas sabendo que se a vida é breve demais, imagine os seus componentes.
Então na madrugada surge uma nova conversa ao celular, do jogo de futebol ao sentido da vida.
O amor deixado pra trás, o que vêm pela frente, o atacante que preste faltando na seleção brasileira... Em fim um conclusão estúpida, orgulho, carência, atenção, em resumo alguns dos componentes do super-ego das mulheres em questão.
Quando decidimos olhar para o real problema percebemos que na verdade está tudo em nossas cabeças, esse trágico conto-de-fadas que ironicamente nos fizemos acreditar.
De repente um conselho em forma de afirmação de uma terceira pessoa, pertencente ao gênero em discurção: "Quem acredita em mulher, acredita em papai noel também".
E percebemos que acabamos por nos tornar inimígos de quem mais queríamos como aliádos. O problema é quando o seu inimigo já foi seu maior aliado, sabendo assim todos seus pontos fortes e principalmentes suas fraquezas, daí um grande perigo com apenas duas letras: Ex.
Ex namoradas, quando não realmente ex, e o pior furiozas, são algo preocupante demais.
Mas Balta e eu concordamos com o velho sábio
Machado de Assis que já dizia:
"[...]Pois, senhor, não consegui recompor nem o que foi, nem o que fui. [...]Se só me faltassem os outros,vá, um homem consola-se mais ou menos da pessoas que perde; mas falto eu mesmo, e esta lacuna é tudo".
A nossa cura ou nosso veneno está em nossas cabeças, concluímos, agora é mais uma noite acordado para uma manhã mal dormida, e que venha o dia seguinte.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Ainda não significa...

texto enviado por uma leitora, e como ela propria disse, que ainda n somos muita coisa, mas o sentimento ja se tornou grande.... xeirinho Tamires...

"Queria poder escrever um texto bem extensso pra você, mas não posso,
nao haveriam palavras , porque você ainda não significa nada pra mim,mais entendeu bem?,eu disse "ainda". Sua voz é parecida como a de um anjo,suave, e bem encantadora, mas como eu posso saber se jamais avistei um? não faço ideia, só lembro que pensei nisto, no momento em que te
ouvi cantar.
Tomara que eu não esteja parecendo uma boba, ao ponto de você achar que estou querendo algo mais, mas não é nada disso, Já ouviu falar em sentimento? não é de amor, muito menos de saudade, é de um sentimento chamado afeto, que apesar de ser tão simples e pequeno, é tão confortante, e que pode nos mostrar que as coisas podem ser bem melhores do que já são."

Tamires Aragão