TRADUÇÃO

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Além do Horizonte....

A humanidade vive de mitos.


Ai de nós o dia que perdermos a capacidade de sonhar, de farejar o infinito, de olhar para o céu, além do horizonte. Estaremos fadados à terra, a comer da terra, a ser barro outra vez e alimentar-nos apenas de matéria.
É uma necessidade visceral e existencial ficarmos de pé, erguermos a cabeça e enxergarmos o além... Além do corpo e do sexo, além da comida e do trabalho, além da vida e da morte....olharmos e não enxergarmos o fim....Deitar na relva do campo e olhar o azul sem vislumbramos o fim do infinito, perdermos, ou melhor, ganharmos horas e horas perdidos e achados no azul da imensidão sem percebermos o limite, sem delinearmos o fim, sem sabermos onde ele termina....só onde ele começa. Em mim.
Quando olhamos somente para baixo, como que farejando comida, bens materiais, dinheiro e poder, então perdemos nossa essência, nossa referência de sermos e de existirmos além do horizonte. Perdemos a referência do imensurável, do mistério. Então perdemos a direção. Ficamos atrapalhados, sem saber para onde ir, nos lambuzando de fezes, de restos, de orgias do nada, de excrementos, do que já está podre, vazio, do que não tem mais sentido, do que não nos serve e não mais nos satisfaz. Engordamos, ficamos obesos, imundos, dentro do mundo. Ficamos bêbados, tontos, sem saber mais sair dele, do vazio, do limite. Criamos mercados, compramos e vendemos fezes, prazeres efêmeros e passageiros, criamos círculos viciosos, jogos repetitivos. Caímos nas drogas, nas bebidas, nas gulas, no absurdo ao invés de mergulharmos no absoluto, no infinito no eterno, no Além do Horizonte, no outro que está à nossa frente, bem ali, eqüidistante...
B.D.

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